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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Promotor anuncia fortalecimento das polícias contra alta da violência em MT

Promotor Mauro Zaque deve chefiar a Secretaria de Segurança Pública.
Membro do MP, ele foi anunciado pelo governador eleito Pedro Taques.

Renê DiózDo G1 MT
O promotor Mauro Zaque deverá assumir a Segurança Pública. (Foto: Renê Dióz / G1)Mauro Zaque deverá assumir a Secretaria de
Segurança Pública em 2015. (Foto: Renê Dióz / G1)
Anunciado pelo governador eleito Pedro Taques (PDT) para chefiar a Secretaria de estado de Segurança Pública (Sesp) a partir de 2015, o promotor de Justiça Mauro Zaque, membro do Ministério Público (MP) em Mato Grosso, adiantou na última semana que deverá enfrentar os crescentes índices de criminalidade atualmente registrados no estado com um plano de combate emergencial logo nos primeiros dias de governo e principalmente com um programa de fortalecimento das polícias civil e militar, com aumento do atual efetivo das duas corporações.
“Instituições fortes prestam serviço de qualidade à sociedade. Já estamos trabalhando junto com o governador para que seja aberto um novo concurso público, para que nós possamos trazer um reforço tanto para os quadros da Polícia Civil quanto da Polícia Militar. Sem a presença da polícia nas ruas, é impossível fazer segurança preventiva e nós precisamos também dos quadros da Polícia Civil para fazer o trabalho de Polícia Judiciária, para que contra aquela pessoa que foi presa possam ser produzidas as provas para apreciação pelo Poder Judiciário”, anunciou o futuro secretário.
Na Sesp, Zaque deverá suceder o secretário Alexandre Bustamante, ex-chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso, após um ano traumático para muitos mato-grossenses. Estatísticas apontam que 2014 foi o ano mais violento da última década no estado, tendo o mês de novembro o maior número de homicídios registrados (foram 53 assassinatos). A própria Polícia Civil já se pronunciou apontando a falta de investimentos em segurança pública como um dos fatores que levaram à alta dos índices de criminalidade.
Além disso, segundo mencionou o próprio governador eleito, Mato Grosso também tem sofrido aumento na incidência de 12 dos 18 crimes levantados no Mapa da Violência, pesquisa do Ministério da Justiça.
Primeiras ações
O futuro secretário anunciou que o fortalecimento das polícias em Mato Grosso se seguirá a um plano já traçado de colocar em prática, já em janeiro, uma ação de impacto contra a criminalidade crescente no estado. Embora sem fornecer detalhes, o promotor explicou que as ações dos primeiros dias de governo estão baseadas num mapeamento dos casos de violência no estado.
“A população de Mato Grosso, infelizmente, vem sendo submetida a índices de violência quase que insuportáveis. Nós já temos mapeado áreas de violência com os eventos de violência específicos ocorrendo em cada área. Nós já temos estratégias que estão sendo pensadas e planejadas para serem postas em ação já em janeiro, com o objetivo de diminuir de forma drástica esses índices de violência”, anunciou.
Fortalecimento
Após as primeiras ações emergenciais de combate direto à violência, Zaque prevê um programa de fortalecimento das polícias civil e militar. Segundo ele, está sendo feita uma análise do aparato e da estrutura da segurança pública em Mato Grosso para que o estado invista na recuperação das instituições policiais e de seu efetivo, por meio de novos concursos públicos.
“É necessário trabalharmos e motivarmos as forças policiais, fortalecermos as instituições policiais para que nós possamos – aí sim – ter um combate efetivo à criminalidade. O importante é a sociedade saber que a polícia vai estar presente. Nós vamos valorizar as instituições policiais, a polícia vai estar nos bairros e nós não vamos dar espaço para a criminalidade”, assegurou.
O promotor argumenta que o estado precisa voltar sua atenção para a qualidade de vida e de trabalho do policial, muitas vezes submetido a cargas horárias estressantes e com uma estrutura precária para desempenhar seu papel. Soma-se a esta situação o fato de que o policial - civil ou militar - tem trabalhado com insegurança em relação à própria família, o que eleva o nível de estresse e, em casos que Zaque considera isolados, pode até contribuir para a violência por parte do próprio agente.
“Nós não vamos conseguir acabar com qualquer evento (ainda que isolado) de violência policial se nós não tivermos um projeto de atenção ao policial, de cuidado com o policial, de cuidado com a família do policial, seja ele civil, seja ele militar. Ele tem que estar bem atendido, ele tem que ter um conforto porque o trabalho policial é muito estressante”, defendeu Zaque, prometendo o incremento do número de policiais para a ação preventiva nas ruas e para as investigações.

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