O Centro Oficial de Treinamento (COT) da
Barra do Pari, em Várzea Grande, obra de R$ 31,7 milhões que deveria ficar
pronta em 2014 para uso das seleções durante a Copa do Mundo em junho passado,
mas ainda não tem previsão de ser concluída, já começa a causar discórdias no
meio político. Na semana passada, o governador Pedro Taques (PDT) anunciou que
o espaço, quando for concluído, será destinado à Polícia Militar para uso da
corporação contrariando a expectativa de que o empreendimento fosse cedido para
o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense (CEOV).
Pelo menos 7 vereadores de Várzea Grande manifestaram publicamente que
são contrários à medida de destinar o COT para a PM. Os mais incisivos foram o
presidente da Câmara, Jânio Calistro do Nascimento (PMDB) e Vanderlei cerqueira
(PSD) que dispararam críticas mais contundentes contra o governador. O
peemedebista disse que Pedro Taques está sendo infeliz ao fazer essa escolha,
classificada pelo parlamentar como “precipitada e individualista”.
Calistro enfatiza que o pedetista deveria primeiro ouvir a população e
lideranças políticas de Várzea Grande antes de tomar tal decisão. “Agindo assim
e isoladamente, o governador demonstra ser antidesportista e falta de respeito
com a maioria dos várzea-grandenses que nele depositaram seu voto”, destacou
durante a sessão noturna desta quarta-feira (22).
O vereador disse que reconhece a importância do setor de segurança em
Várzea Grande diante do alto índice de violência que a cidade registra, mas que
isso não é motivo suficiente para Taques preferir a PM e preterir o esporte.
“Sabemos da importância da policia em nossa cidade, mas que construa uma base
militar em outro lugar. Ali foi destinado ao esporte várzea-grandense tão
capenga no passado e que agora tenta auto se sustentar. Tirar o COT do Operário
será uma agressão direta a todos nós”.
Vanderlei cerqueira (PSD), além de tecer críticas contra a decisão de
deixar o Centro de Treinamento para a PM, emitiu sua opinião dizendo acreditar
que “Pedro Taques não vai fazer nada por Várzea Grande”. Outros parlamentares
que usaram a tribuna e se manifestaram contrários foram: Pedro Paulo Tolares, o
Pedrinho (SD), Carlos Garcia (PTC), Benedito Francisco Curvo, o Chico Curvo
(PSD), Valdemir Bernardino de Souza, o Nana (DEM) e Nilo Nascimento de Campos
(PV).
De todo modo, os parlamentares ainda têm esperança de que podem demover
a ideia do governador para que o COT do Pari fique disponível para o Operário e
demais times da cidade, bem como para o uso da população. Nilo Campos (PV) destacou
ser a favor que o governador não dê o COT para Polícia Militar e sim para o
município de Várzea Grande. Ele compara com o Estádio Dutrinha, em Cuiabá, onde
todos os times da Capital têm acesso. Assim, o parlamentar defende que o COT
fique para VG para que o Operário e demais times possam usufruir.
Nilo Campos pediu cautela pois acredita que uma conversa pode demover a ideia
de Taques. Uma reunião com o governador Pedro Taques está sendo planejada pelos
vereadores com o intuito de debaterem o tema e convencê-lo a não deixar o COT
do Pari para a Polícia Militar.
Nilo Campos destacou ter a certeza que governador Pedro Taques vai reafirmar a disposição de trabalhar em conjunto com as comunidades de modo que será parceiro de Várzea Grande, digo isso como parceiro do governador Pedro Taques.
“Precisamos unir forças e garantir recursos para nossa cidade, devemos deixar de lado as bandeiras partidárias e pedir apoio do governo, já que ele está disposto a nos auxiliar”, explicou Nilo Campos.
Entenda
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) anunciou em 2012 que elencou o
COT seria o primeiro estádio de Várzea Grande, cuja estrutura seria utilizada
como a “casa” do Operário. No entanto, a obra não ficou pronta em 2014, e
praticamente abandonada, se arrasta sem previsão de ser concluída. A construção
teve início em outubro de 2013 e deveria ser concluída em maio de 2014, um mês
antes dos jogos da Copa do Mundo. Em 2013 a obra de R$ 25,5 milhões teve o
valor do contrato aditado em R$ 1,349 milhão elevando o custo para R$ 26,8
milhões.
Quase 3 anos depois, o projeto passou a valer R$ 31,7 milhões, segundo
informações dadas pela extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa),
devido aos aditivos concedidos ao Consórcio do Pari. Formado pelas empresas
Engeglobal Construções, Três Irmãos e Valor Engenharia, o Consórcio já teria
recebido cerca de R$ 22 milhões. O último aditivo autorizado pela Secopa deu o
prazo de 31 de dezembro de 2014 para que a obra fosse entregue.
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