Ex-presidente Júlio Pinheiro (PTB) denuncia diretores da CDL de sonegação, mas prevê harmonia na Câmara

CLÁUDIO MORAES Da Editoria O ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), acusou nesta sexta-feira o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Paulo Gasparotto, e demais diretores do órgão de sonegarem impostos da capital do Estado. Gasparotto foi um dos líderes do movimento contrário ao aumento de 25% da alíquota do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), que culminou com a Ação Direta Inconstitucionalidade (ADIN) protocolada pela nova Mesa Diretora do Legislativo nesta sexta-feira para revogar o aumento. "Tem segmento que cobra muito da prefeitura, mas não paga nada. Tem presidente que representa segmento que é campeão de sonegação de impostos", assinalou Júlio Pinheiro, numm claro recado para o presidente da CDL. Júlio Pinheiro afirmou que Gasparotto lidera os movimentos contrários ao aumento dos tributos somente para se beneficiar com a isenção sem se preocupar com as benfeitorias que podem ser feitas a cidade. "Eu nunca vi a CDL trazer um relatório com IPTU pago. Ao invés deles cobrarem a aplicação correta dos recursos, eles só brigam para não pagar", frisou. O ex-presidente da Câmara disse que, apesar do aumento da alíquota, o projeto ampliou o número de beneficiados com a isenção, uma vez que imóveis avaliados em até R$ 50 mil não pagarão IPTU. "Eu nunca vi uma pessoa entrar com ADIN para prejudicar mais de 60 mil famílias carentes. Esta ação beneficia apenas um pequeno grupo de empresários que as vezes nem pagam o imposto", completou o vereador, voltando a alfinetar o dirigente da CDL. O vereador trabalhista defendeu o aumento da alíquota como forma de melhorar a prestação de serviços a sociedade. Ele destacou, por exemplo, que no ano passado o ex-prefeito Chico Galindo (PTB) comprou maquinários e deu início ao programa Poeira Zero, que é alvo de várias investigações e suspeitas de superfaturamento, com o imposto municipal. "Neste ano, o prefeito Mauro Mendes quer usar o incremento da arrecadação para construir o pronto-socorro e contratar médicos", completou Pinheiro, que é cotado para ser o líder do Executivo na Câmara. Dentro da Lei Sobre o trâmite do projeto, que é o alvo da ADIN impetrada pela atual Mesa da Câmara em conjunto com entidades empresariais e comunitárias, o ex-presidente do legislativo garantiu que a matéria foi apreciada e votada dentro da legalidade. "A matéria foi votada dentro do regime de urgência, mas dentro dos trâmites legais", destacou. Júlio disse que não havia a necessidade de se fazer uma convocação para uma sessão extraordinária com 24 horas de antecedência, conforme declarou o atual presidente da Mesa, vereador João Emanuel (PSD). Segundo ele, a convocação ocorreu durante uma sessão ordinária com a presença da maioria dos parlamentares presentes no plenário. "Todos os vereadores tinham conhecimento da matéria. Todos participaram da discussão do projeto, que ocorreu durante uma manhã inteira", pontuou. Apesar avaliar que a atitude da atual Mesa Diretora em ingressar com a ADIN para barrar o aumento do IPTU tem caráter político, Pinheiro prevê que os vereadores chegarão ao entendimento e conviverão em harmonia durante a legislatura. "Estamos numa fase inicial, embrionária e as pessoas estão conhecendo o sistema. Não vejo isso como uma retaliação até porque vamos estar todos juntos", avaliou. Veja Mais: Câmara vai a Justiça barrar aumento do IPTU e revisará todos projetos da prefeitura Prefeito mantém aumento do IPTU e afirma estar tranquilo com ação da Câmara Câmara rebate Mauro e afirma que outros impostos garantem novo pronto-socorro  http://www.odocumento.com.br/materia.php?id=416198