Taques prioriza salários e denuncia decreto para beneficiar Petrobras

Governador cita benefício a BR Distribuidora ao arrepio da Lei

Ao anunciar oficialmente o executivo Paulo Brustolin como novo secretário de Fazenda de Mato Grosso e o fiscal José Roberto Miorim como adjunto, o governador eleito Pedro Taques (PDT) garantiu que a prioridade da próxima gestão será criar um "ambiente para negócios com segurança jurídica". Para ele, atualmente, a Sefaz se transformou numa "ilha" com a edição de cinco mil decretos para regulamentar a questão tributária que deixam os empresários em situação complicada.

Para demonstrar supostas irregularidades no fisco, o governador revelou a existência de um decreto assinado pelo ainda governador Silval Barbosa (PMDB) e o secretário de Fazenda, Marcel de Souza Cursi, que beneficiaria a BR Distribuidora. "Para mim, esse decreto que outorga créditos tributários a uma empresa está ao aerrepio da lei", salientou.

Segundo ele, hoje existem cerca de 200 mil processos administrativos de empresários em trâmite na Sefaz. "Temos que criar um ambiente de negócios com segurança jurídica para que possamos mostrar que Mato Grosso é um estado sério", comentou.

Já o novo titular da Sefaz explicou que a prioridade será controlar o fluxo de caixa nos primeiros meses para manter os salários do funcionalismo rigorosamente em dia. ""Queremos manter o pagamento da folha salarial dos servidores em dia. Em janeiro, já vamos fazer todos os esforços para que isso aconteça e para que a normalidade financeira dos servidores não seja afetada. Esse é um compromisso de Governo", disse.

Outra meta do secretário é aumentar a qualidade do gasto público para que os cidadãos sejam beneficiados. ""Temos uma preocupação e vamos sentar em cima do caixa. Disso nós não vamos abrir mão. No caso da qualidade do gasto público, da aplicação do dinheiro público, precisamos ter muita coerência, muita responsabilidade. Temos que devolver à sociedade uma série de serviços pelos quais ela clama", elencou.

CONTRATO DE GESTÃO

Durante a entrevista, Pedro Taques anunciou que todos secretários assinarão em janeiro um contrato de gestão com metas estabelecidas. "Sei que ninguém aqui é mágico para fazer tudo em 90 dias, mas teremos que planejar o que podemos fazer com os pés nos chãos", frisou.

Pedro Taques admitiu a hipótese de concluir a gestão sem toda equipe estar concluída. Ele ainda falta anunciar os secretários de Ciência e Tecnologia, Trabalho e Assistência Social, Agricultura Familiar, Justiça e Cidadania, além da fusão das pastas de Cultura e Esportes e Lazer.

"Mato Grosso não acaba no 31 e não nasce no dia 1º e, portanto, podemos ir ajeitando as coisas", comentou. No entanto, ele disse que espera fechar a equipe até a próxima segunda-feira quando fará uma audiência pública para revelar a situação do EStado.