A ex-secretária de Estado de Cultura, Janete Riva (PSD), disse ter dúvidas se alguém teria atuação melhor que a dela, caso ela seja mesmo confirmada conselheira do Tribunal de Contas, em substituição ao conselheiro Humberto Bosaipo, que renunciou ao cargo.
“Tenho certeza da minha competência. Poderia alguém fazer igual a mim, mas melhor, eu tenho as minhas dúvidas, por toda a experiência de vida e trabalho que eu tenho em relação à administração pública”, disse ela.
As declarações foram dadas na noite da última sexta-feira (19), momentos antes da cerimônia de diplomação dos eleitos no pleito eleitoral deste ano em Mato Grosso.
Esta é a primeira vez que a ex-secretária se manifesta, desde a indicação de seu nome por parte da Assembleia Legislativa e as consequentes decisões judiciais desfavoráveis a ela.
Ao todo, foram três decisões contrárias à indicação, em um intervalo de três dias.
Um dos argumentos para barrar a indicação é de que Janete não cumpriria os requisitos legais para assumir o cargo, entre eles, o notório conhecimento contábil e jurídico.
Janete, por sua vez, alega que os cargos que ela ocupou na administração pública a gabaritam para assumir a vaga.
“Tenho notório saber sim. Já fui secretária e minhas contas foram aprovadas com louvor, tive a honraria de assumir a secretaria de Administração da Assembleia Legislativa, tenho experiência suficiente para analisar e dar um voto no Tribunal de Contas”, afirmou.
“Agora, a impressão que tenho, é que algumas pessoas que tem uma formação técnica não sabem o que é notório saber e isso às vezes incomoda”, disse.
“Intervenção em um poder”
Assim como já havia dito o deputado estadual José Riva (PSD), a ex-secretária também classificou como “intervenção de um poder sobre outro”, a primeira decisão sobre o caso, proferida pelo juiz Luis Aparecido Bertolucci, que acatou um pedido do Ministério Público e suspendeu a sabatina que poderia confirmar o nome de Janete para ocupar a vaga no TCE.
“Bom, a briga não é minha, volto a dizer que essa é uma briga da Assembleia. Mas é notório que existe uma intervenção de poder muito forte nisso. Não há como fugir dessa leitura. Da forma como as decisões foram tomadas a gente percebe que há uma intervenção em um poder”, disse ela.
Questionada se acredita que o governador eleito Pedro Taques esteja “por trás” das decisões do Ministério Público, ela afirma que “forma como tudo está sendo feito, fica uma margem muito larga para que a gente tenha essa observação, essa sensação”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário